Minas Gerais além do queijo: sabores, paisagens e identidade na Serra da Canastra
Delfinópolis parece protegida do ritmo apressado do mundo moderno. De um lado, os paredões da Serra da Canastra. Do outro, o Rio Grande, acessado apenas por balsa, no compasso tranquilo do interior mineiro. Apesar do isolamento, esta cidade do oeste de Minas, a cerca de 400km de Belo Horizonte, oferece ao visitante um verdadeiro tesouro: “Aceita um queijin?” — sempre dito com o carinho típico mineiro.
A pequena palavra, no diminutivo, não reflete a grandeza do produto. O Queijo Canastra, ícone regional, é uma das variações do Queijo Minas Artesanal, cujo modo de produção foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco em dezembro de 2024. Uma conquista internacional para um saber tradicional passado de geração em geração.
— O queijo é o nosso maior tesouro. O mineiro leva um pedaço de queijo sempre que viaja, seja para presentear, seja para matar a saudade. Esse reconhecimento pode atrair mais gente para explorar as dez regiões produtoras de queijo artesanal de Minas — afirma Leônidas Oliveira, secretário de Cultura e Turismo de Minas Gerais.
Delfinópolis e a Rota do Queijo: tradição, sabores premiados e experiências únicas na Serra da Canastra
A Serra da Canastra, em Minas Gerais, é sinônimo de tradição, natureza e, principalmente, queijo de excelência. Com indicação geográfica desde 2008 e mais de 800 produtores espalhados por nove municípios, a região se destaca nacional e internacionalmente pela qualidade do Queijo Minas Artesanal, reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco.
Enquanto São Roque de Minas concentra a nascente histórica do Rio São Francisco e a maior parte das queijarias, a vizinha Delfinópolis vem ganhando destaque com queijarias premiadas, paisagens rurais deslumbrantes e experiências turísticas autênticas. Os visitantes podem conhecer o processo de produção, fazer e conversar com produtores que preservam os métodos tradicionais.
Cada queijo tem identidade própria, moldada pelo tipo de pasto, clima e tempo de maturação — tudo isso a partir de apenas quatro ingredientes: leite cru, sal, coalho e o pingo, fermento natural produzido artesanalmente. Queijarias como Porto Canastra, Reserva do Lago, Quinta de Sant’Ana e Vale da Gurita oferecem muito mais do que sabor: entregam histórias, cultura e hospitalidade mineira.
Para completar a experiência, o visitante pode conhecer projetos como o sítio gastronômico Lá na Serra, que harmoniza queijos com cervejas artesanais produzidas localmente. A região é um convite aberto para quem busca turismo com propósito, onde cada mordida conta uma história e cada paisagem reforça a conexão entre homem, natureza e cultura.
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